domingo, 20 de maio de 2007

Saudade.

Hoje bateu uma saudade...
Saudade do que fui
Do que não fui
Saudade do que passou
Saudade do que não tive
Saudade de um sorriso que esqueci junto a uns pedregulhos depois daquela esquina
Saudade do que não vivi
Saudade de mim, enorme saudade de mim
Senti saudade dos amigos que foram junto com os erros
E saudade dos amigos que não tive
Senti saudade ainda de andar olhando meus passos como uma criança que não pretende errar a passada “direita, esquerda, direita, esquerda...”
Senti saudade do cheiro de sol nascendo quando minha vida era ainda uma escola de mal-entendidos
Senti saudade do balanço do sítio, do balançar do balanço do sítio
Saudade da lágrima sincera sem motivos pra si mesma
Saudade do silêncio das bocas malditas, das bocas mal ditas, e mal descritas que sopravam minhas idéias, meus absurdos
Senti também saudade das Morenas
Saudade da prateleira cheia de livros e ilusões
Saudade de jogar meu medo nos dados e esperar a coragem chegar
Saudade da falta de músicas de ninar
Não, não me existiu música de ninar
Saudade do encantamento ao ver pessoas chegarem
Não, não existem mais pessoas
Saudade da astúcia de mãos enfeitadas com buquês...
...buquês cor de saudade
Não, não existe mais saudade.