quinta-feira, 30 de agosto de 2007

O circo.

Era uma vez um circo.
Palhaços, mágicos e saltitantes bailarinas.
Na platéia, adultos trágicos, e alturas pequeninas.
Abriu-se a cortina.
“Lá vem”, disse o pai;
Enquanto ria-se a menina.
Do palhaço que debochava do palhaço que caia tropeço acima.
“Nada demais”, zombou a pobre da granfina.
O homem lá em cima gritou o pipoqueiro.
“Shhhh!”, respondeu, crítica, a atenciosa traquina.
Cujos olhos abobalhavam-se com o despudor do equilibrista.
Que caía e não caía aos passos da sua retina.
Era apenas uma menina.
Passaram elefantes, leões e alguns domadores.
Passou também a “mulher balofa”, chamada Serafina.
Engraçado, riu-se mais a moça do que a criança cristalina.
Enfim, veio o mágico, que, com lenços e maestria, fazia a alegria da Sabrina.
“É truque”, falou um homem alto que cheirava a cafeína.
E a garotinha não desistia de encontrar um vacilo nas mãos do mágico.
Mas se conformava feliz.
“Ele tem poder”, era sua sina.
Que não a mesma do pai, do homem alto e da granfina.
Tão perfeita em sua rotina.
Eram pálidos, tiraram a maquiagem de suas próprias bailarinas.
Tão diferente das infâncias.
Que queriam, logo, pintar-se atrás daquelas cortinas.

4 comentários:

Tacita disse...

Lindo...^^
não, não tenho só essa palavra no meu vocabulário, mas as que tenho ficam tão inexpressivas diante das suas que me deixo resumir tudo que sinto quando leio seus textos a um simples e verdadeiro...Lindo!

Circo, palhaço, "menina", mágica...
Tudo isso resumi o "meu" mundo.
Amei.


A fã ou seria Sua fã?
Enfim...Beijosss

Nallim disse...

Muuuuuito bom!
Ficou tão singelo esse poema ^^
Gostei...

Anônimo disse...

toda vez que leio algo escrito por você, Caio, acho que não poderá existir nada mais sublime e nem perfeito.
e todas as vezes eu estou errada.

esplêndido!
;*

Unknown disse...

Como dizer essas coisas ? Hoje, especialmente, estou "alto"; vendo as coisas de cima, ou de baixo, quero dizer, com certa distância e tentativa de imparcialidade; vendo as coisas se quiser comprar; eu, facilmente, compraria seu olhar [aproveitando-me desse sentido dúbio da palavra "vendo"], mas não posso...
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apenas elogio...quem sabe assim me aproximo um pouco dele.
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a propósito, vc não falou dos aplausos que há nos circos. Dispensável. Seu inconsciente deveria saber que os aplausos viriam depois. Feliz sinergia de sentidos.
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plac...plac...plac...plac...