sábado, 1 de setembro de 2007

Foi-se...

Foi-se o tempo em que as pessoas cantavam a nostalgia das tardes de incessantes abraços.
Foi-se o tempo em que as mãos unidas, assíduas, representavam um só corpo, com o mesmo suor saindo pelos poros.
Foi-se o tempo em que a timidez era o resultado de compassivos olhares trocados e os rostos ficavam tão rubros, a ponto de queimarem de tanto acanhamento.
Foi-se o tempo em que havia a impávida necessidade de auto-afirmação e de se provar capaz.
Foi-se o tempo em que a companhia era deglutida e absorvida como um todo.
Foi-se o tempo em que saudades eram sentidas, como lanças afogueadas que perfuravam os corpos, enchendo-os de ardor.
Foi-se o tempo em que essas saudades eram satisfeitas e renasciam logo após, como chamas ainda mais vivas, audaciosas labaredas.
Foi-se o tempo do amor.
Do amor...

6 comentários:

Anônimo disse...

Vc como sempre escrevendo otimamente bem!

=D
t adorooo
bjo

Unknown disse...

...que pessimismo, ou que nostalgia trágica! É evidente que as coisas passam e que a própria efemeridade é um conceito efêmero. Eu prefiro, hoje sobretudo, não perder o gosto dos eventos mais simples ou dos mais nefastos...Há, sim, uma beleza em todas as coisas; inclusive nesse texto!.
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Você está cada vez mais rica literariamente!

Unknown disse...

Concordo com André! Pessimista mesmo, mas você sabe que os tempos voltam sempre, né? Tudo vai e volta, e quando volta ainda falta algo, graças a Deus! Vc sabe que o que move é a falta, né?

Te amo, baybamm!
=***

Maíra disse...

Creio que o tempo do amor passe apenas para aqueles que não sabem aproveitá-lo :)

E que ótimo texto.

Taiane Dantas disse...

pesado...triste...
mas essas coisas do coração são como as plantas do sertão *que rima podre! ;P *, basta chover um pouquinho pra voltar a brotar! :D
ainda bem, né? hehe

ótimo texto, gêmula! adorei!

:***

Thais disse...

Por um momento pensei estar lendo as escritas da morta, sempre viva, Clarice Lispector. Profundamente docante, adorei a estrutura da escrita!